Me chame pelo meu nome
Alexandre Costa Val
Revista aSEPHallus de Orientação Lacaniana
Núcleo de Pesquisa sobre
o Moderno e o Contemporâneo
Este número surpreende pela importância concedida por alguns pesquisadores à questão da identidade de gênero. Problema que ganhou as páginas dos jornais desde que a nova ministra da “Mulher, Família e Direitos Humanos”, Damares Alves, declarou que “meninas vestem rosa e meninos vestem azul”. Acossada pela repercussão negativa, precisou explicar que se trata de uma “metáfora contra a ideologia de gênero”. O que me parece mais interessante nos debates “surdos” promovidos pela mídia é a incapacidade de nossos jornalistas perceberem que, aquilo que para alguns é uma metáfora, para outros é tomado literalmente e soa como um constrangimento opressivo. Uma maioria expressiva da sociedade ainda pensa como Freud. Nascemos anatomicamente meninas ou meninos, mas a identidade de gênero é adquirida por meio da transmissão parental dos valores e papéis sociais da virilidade e da feminilidade. Saiba mais ->
Alexandre Costa Val
Vinícius Moreira Lima
Ângela Maria Resende Vorcaro
Larissa Arruda Aguiar Alverne
Laéria Beserra Fontenele
Andréa Martello
Eveline Andries de Castro
Renata Rosa da Costa
Karina Carvalho Veras de Souza
João Victor Linhares Medeiros
Herbet de Souza Nunes
Ana Carolina Rocha Siqueira Cardoso
Ilka Franco Ferrari
Márcia Infante Vieira
No livro “O processo civilizador”, escrito em dois volumes, Nobert Elias descreve as mudanças que aconteceram no comportamento, nas estruturas mentais e emocionais dos indivíduos no Ocidente. Foi o formulador da teoria do processo civilizador, segundo a qual a civilização europeia teria surgido pela interiorização das limitações e autocontrole dos impulsos, sob o efeito das transformações provocadas pela formação do Estado Moderno. Seu argumento central é que existe relação direta entre as mudanças na estrutura da sociedade e as que ocorrem na estrutura do comportamento e da constituição psíquica. Logo, entende a civilização como um processo engendrado no social e também no psíquico, havendo constante correspondência entre essas duas dimensões. Deste modo, o autor rompe com a ideia de uma sociedade acima dos indivíduos ou uma divisão excessivamente polarizada entre indivíduo e sociedade. Propõe, como alternativa, um modelo para abordagens de processos sociais de longa duração.
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