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a erotomania na neurose e na psicose [1]

 
 

 

Ana Paula Corrêa Sartori

Mestre pelo Programa de Mestrado em Pesquisa e Clínica em Psicanálise/UERJ

Psicóloga correspondente da Escola Brasileira de Psicanálise - Seção Rio de Janeiro

Pesquisadora do Núcleo Sephora de Pesquisa sobre o moderno e o contemporâneo

apcsartori@uol.com.br

 

 

Resumo:

Este artigo aborda a questão da erotomania na mulher psicótica e a extensão desta noção à neurose, feita por Jacques-Alain Miller. Por que estender este termo à neurose visto que, desde os primórdios da psiquiatria, e mesmo na época de Freud e na de Lacan, ele sempre fora usado para se referir à psicose?

A erotomania por definição é o delírio de ser amado. Ela difere do delírio de ciúme que, digamos assim, seria o delírio de não ser amado. Segundo Miller, querer ser amada, demandar amor, querer provas e, principalmente, falas de amor é uma característica feminina, uma maneira estritamente feminina de se colocar na relação com seu parceiro sexual. A mulher, por não ter seu gozo todo regulado pela função fálica, teria uma relação com uma Outra satisfação, como formula Lacan, ou seja, o gozo com a fala.


Palavras chave: erotomania, amor, feminino, psicose e neurose.

 

   
 

 

erotomania in psychoses and neurosis
 

Abstract:

This paper deals with the notion of erotomania in the psychotic woman and its extension to the notion of neurosis, according to Jacques-Alain Miller. Why should this notion be expanded to neurosis once it has only been used to refer to psychosis since the early days of psychiatry and at the time of Freud and Lacan?

Erotomania is, by definition, the frenzy of being loved. It differs from jealousy which could be considered the frenzy of not being loved. According to Miller, the wish to be loved, to demand for love, to want proofs of love and love talk is a feminine characteristic, a strictly feminine way of behaving in relation to her partner. According to Lacan, as women don’t experience pleasure exclusively in a phallic function, they experience another kind of pleasure, that with speech.

Keywords: erotomania, love, feminine, psychosis, neurosis.

 

 

Quando a psicanálise nasceu com Freud, no final do século XVIII, a clínica psiquiátrica clássica já havia nascido há mais ou menos um século atrás, através de duas grandes escolas: a francesa e a alemã.

Em 1793, em plena Revolução Francesa, o alienista francês Philippe Pinel, com seu gesto de libertar os internos do hospital Bicêtre, marcou este início. A sua atitude simbolizou que, a partir daquele momento, o doente mental seria considerado não mais como criminoso, “possuído pelo demônio” ou etc, mas como um doente – um doente da razão. Este gesto de Pinel é bastante simbólico porque marca a passagem da Idade das Trevas ao Iluminismo, da desrazão à razão. O doente mental sai das mãos da religião, dos curandeiros, da família, e passa às mãos da ciência.

Já a psiquiatria alemã começou, entre 1800 e 1850, num contexto cultural muito diferente do espírito iluminista francês que é o do romantismo. Enquanto o movimento iluminista pregava o racionalismo, o romantismo alemão “defendia, pelo contrário, o aspecto irracional, o sentimento de contato com a natureza, os valores individuais[1]” – a visão de mundo (Weltanschauung).

Há, então, um período em que a psiquiatria se desenvolveu sem a existência da psicanálise, mas não demoraria muito para esta despontar no horizonte do fim do século XVIII. Foi do encontro de Freud com o psiquiatra francês Jean-Martin Charcot que a psicanálise passou a ser concebida por Freud. Ele, por ser germânico, estava mergulhado no romantismo alemão, mas também entrou em contato com o espírito das Luzes através de Charcot, na França, no Hospital Salpêtrière.

Esta introdução visa localizar alguns antecedentes da psicanálise na psiquiatria, visto que, quando Freud, e, posteriormente, Lacan, falaram da erotomania, alguns psiquiatras já haviam descrito pontos básicos deste delírio. Erotomania não é, certamente, o único termo usado na psicanálise, que veio da psiquiatria. Mas, mesmo tendo esta origem, ele não terá o mesmo lugar, nem o mesmo uso na psiquiatria e na psicanálise.

Neste trabalho, não trataremos da passagem da psiquiatria à psicanálise, mas sim da extensão da noção de erotomania do campo da psicose para o campo da neurose. Pretendemos abordar a especificidade da erotomania feminina na psicose, e, em que este conceito aplica-se à neurose.

 

A erotomania na psicose

A erotomania constitui-se, na verdade, no delírio de ser amado. Este termo surgiu na psiquiatria clássica francesa, e foi o psiquiatra francês Gaëtan Gatian de Clérambault (1872-1934) quem sistematizou este tipo de delírio como uma síndrome. Antes de Clérambault, citando apenas, como exemplo, três psiquiatras da escola francesa, Jean-Etiénne Esquirol chamava esse delírio de “monomania erótica[2]” ou “a loucura do amor casto[3]”. Agustín Benedict Morel o denominava de “delírio de amor[4]”, e Dide e Guiraud ressaltavam o caráter passional da erotomania[5].

Antoine Porot, em seu dicionário de psiquiatria, afirma que “as alterações mentais sobre as quais se desenvolve o delírio são diversas, mas quase nunca falta a estrutura paranóica deste, e a instabilidade emocional é constante[6]”.

A síndrome erotomaníaca de Clérambault é formada por um Postulado fundamental e três fases. O Postulado fundamental é a certeza que o sujeito erotômano tem em ser amado pelo objeto[7]. O objeto nunca é uma pessoa qualquer, ele é sempre um homem de nível social elevado, alguém que a pessoa idealiza, tal como um médico, um padre, um escritor, um político, ou até mesmo um objeto inacessível, místico, como um santo, por exemplo.

O postulado fundamental implica numa série de idéias e interpretações delirantes da realidade que surgem de modo súbito, preciso, como um a “amor à primeira vista”. Estas idéias delirantes são uma tentativa de sustentar a própria erotomania: idéias de que há uma colaboração universal a favor daquele amor; interpretações incessantes de fatos atuais e antigos a partir da erotomania; ações em direção ao objeto, incluindo viagens e perseguições. Uma vez que o postulado fundamental se instala, ele vai se assemelhar a um episódio emocional de enamoramento, tanto na emoção que sujeito sente, quanto em suas atitudes de apaixonado. Mas, não é igual, pois diferentemente do que acontece com os apaixonados normais, na erotomania há uma intensidade absolutamente desmedida da paixão, além do fato de ela ser apenas uma ilusão.

As três fases compreendem um período otimista e dois períodos pessimistas. O período otimista é a primeira fase, ou seja, a fase da esperança, quando o sujeito se crê amado de forma convicta, inabalável. É a fase do orgulho.

A segunda fase é a do despeito, quando o sujeito tem pelo objeto, ao mesmo tempo, sentimentos de conciliação e de vingança, baseados em seu orgulho ferido, pelo fato do objeto não estar correspondendo ao que o erotômano espera dele.

E a terceira e última fase é a do rancor, ou da reivindicação, quando o sujeito passa a sentir ódio do objeto e a fazer-lhe falsas acusações e ameaças de vingança, assim como a se sentir ameaçado e perseguido pelo objeto - os dois últimos são os períodos pessimistas.

Segundo o psicanalista François Leguil “o ‘postulado’ pelo qual o sujeito se crê amado e se encontra certo disso, será uma das pedras de toque do ensino clínico sobre as psicoses do psicanalista francês[8]” - aqui, Leguil se refere a Jacques Lacan.

Lacan em sua tese de doutorado analisou sistematicamente um caso clínico, conhecido como Caso “Aimée”. Trata-se de um caso de paranóia, mas com um delírio erotomaníaco bem estruturado: “uma erotomania que tem por objeto o príncipe de Gales[9]”. O nome próprio que Lacan deu a esta paciente já é um índice da erotomania: Aimée em português quer dizer “Amada”. Nesse trabalho ele começa a esboçar a idéia de que, na psicose, a erotomania é uma maneira do sujeito psicótico se haver com a questão do real da sexualidade e do amor.

Em seu artigo “Formulações sobre a causalidade psíquica” de 1946, Lacan, após afirmar que Clérambault foi seu “único mestre na observação de doentes”, descreve a fenomenologia da loucura de Aimée em alguns pontos fundamentais, dos os quais é interessante extrair três aspectos para esta pesquisa: 1) a estrutura paranóica da erotomania na psicose, 2) “uma neutralização da categoria sexual, [...] coerente com o platonismo da erotomania clássica[10]”, 3) a transformação do amor à pessoa idealizada em ódio à mesma.

Assim, a erotomania sempre esteve associada à psicose. Mesmo na psicanálise, Freud[11] quando usou essa noção foi sempre para se referir à psicose. Ele nunca utilizou o termo erotomania para falar de neurose. Ele fala da erotomania no caso Schreber[12] e no artigo[13] sobre Gradiva, de Jensen, quando aborda uma certa erotomania fetichista que o personagem central do livro nutria pelos pés, pela posição dos pés de Gradiva.

Com Lacan não foi muito diferente, ele também usou o termo erotomania para se referir à psicose, a uma forma específica de laço do psicótico com o Outro.

Foi Jacques–Alain Miller quem estendeu a noção de erotomania normal para a neurose, referindo-se a uma forma feminina de relação com o objeto, uma maneira de amar que é característica das mulheres.

 

A erotomania na neurose

Por que usar o termo erotomania na neurose? E como pensar este conceito nesta estrutura?

Lacan, no Seminário 20, Mais, ainda, elabora as fórmulas da sexuação, onde ele define a diferença sexual a partir da proposição de que a relação sexual não existe[14]. Nas fórmulas da sexuação ele coloca que existe o lado masculino e o lado feminino da sexuação, o que “permite articular o gozo próprio a cada sexo[15]”.

No lado masculino, o sujeito é todo inscrito, regulado pela lógica fálica. O que coloca o homem numa relação fetichista com o objeto causa de desejo. O objeto a é o parceiro-sintoma do homem, como o indica a fórmula lacaniana do fantasma: $ ◊ a.

No lado feminino, o sujeito é não-todo comandado pela lógica fálica. O que implica dizer que a mulher, diferentemente do homem, possui uma forma de gozo, uma forma de unir o significante ao corpo, ou de encarnar o significante, que não é toda regulada pelo falo, como o é para o homem. Nesse caso, seu objeto é erotomaníaco, ou seja, a mulher quer um objeto que a ame e que fale com ela - de preferência, dela[16].

É neste ponto que podemos falar que essa vertente não falicizada da feminilidade leva a mulher a estabelecer uma relação mais além do princípio do prazer com o Outro, ou com seu parceiro-sintoma[17], forma esta que possui um caráter erotomaníaco. O sintoma é a maneira que um sujeito, homem ou mulher, vai encontrar para se ligar a um parceiro. É o que Jacques-Alain Miller explica, em 1998, da seguinte maneira: “o parceiro-sintoma do homem tem a forma de fetiche, enquanto que o parceiro-sintoma feminino tem a forma erotomaníaca[18]”.

 Temos aqui o lugar da erotomania na neurose proposto por Miller. Ela é o parceiro-sintoma da mulher, na medida em que o gozo feminino passa pelo amor e pela fala, pelas palavras de amor. É a outra satisfação, como apresenta Lacan no Seminário 20, que diz respeito ao gozo com a fala.

Segundo Coelho dos Santos: “o enigma do continente negro da feminilidade foi redefinido por Lacan como uma outra satisfação, aquela que resulta da fala, para além do princípio do prazer. Acredito que Lacan contribuiu decisivamente para distinguir a reivindicação do falo, própria à sexualidade feminina, da feminilidade propriamente dita. Ele propõe formalizar esta última por meio do matema S()[19]”. Podemos entender, então, a erotomania normal como uma tentativa de localizar o gozo que está para além da regulação fálica na mulher.

Na psicose, não há relação, já que há equivalência entre os sexos[20]. Lacan o diz: “Depois do que eu franqueei em torno da relação sexual, não é difícil sugerir que, quando há equivalência, não há relação[21]”. Sendo assim, na psicose feminina, a erotomania pode surgir como um modo de também localizar o gozo. Ela pode servir como suplência para a falta de identificação sexual, para a inexistência da relação sexual.

Quer dizer, se o pai é quem confere peso sexual às palavras, a foraclusão do Nome do Pai afeta de forma precisa a relação do sujeito psicótico com seu próprio corpo e com a sexuação. Ou seja, a transmissão sexual que é feita pelo pai, não afeta o psicótico, sendo assim, sua identificação sexual é essencialmente imaginária. Isso faz com que o vínculo do psicótico com Outro se dê de forma prevalentemente narcísica e dual. Mesmo que haja parceria sexual na psicose, há algo que realmente permite o laço com o outro: é o narcisismo sem relação, sem falo, mas com o amor e a fala do outro - a erotomania -, localizando o gozo.

Na neurose, a erotomania é sintoma de que algo do gozo da mulher precisa ainda ser nomeado para que ela possa ficar menos devastada na sua relação com um parceiro sexual. Não é qualquer parceiro que pode servir de quarto nó para uma mulher. O quarto nó para uma mulher neurótica não é sem relação com “uma separação a mais [que ela precisa realizar] da posição de objeto suplementar ao gozo feminino da outra mulher, isto é, sua mãe[22]”. Então, se o parceiro-sintoma da mulher é a erotomania, o próprio tratamento da erotomania está relacionado ao parceiro sexual que ela possa encontrar, ou seja, à contingência do encontro amoroso. Parceiro este que, ao amá-la e ao falar com ela, lhe permita ter acesso à “outra satisfação[23]”.

Através do relato de dois fragmentos de casos clínicos, tentaremos ilustrar o que seria a erotomania em cada estrutura.

 

Fragmento de caso de erotomania em uma mulher psicótica

Este é um caso descrito por Clérambault, em 1920. Trata-se de uma mulher de 53 anos, que vem de uma família desunida, cujo pai era alcoólatra. Ela teve dois relacionamentos em sua vida. O primeiro foi com um amante rico e bem colocado, com quem ela viveu por 18 anos. Ele morre e, imediatamente, ela se liga a outro homem, mais jovem do que ela, com quem ela vive por 4 anos, mas de quem também se separa.

Sua erotomania surge a partir do postulado fundamental, que é o seguinte: “o Rei da Inglaterra está apaixonado por mim”. Essa certeza delirante é verificada por uma série de constatações imaginárias, freqüentes nos casos de erotomania. São elas: algumas pessoas e, principalmente oficiais que ela encontra na rua, são mensageiros do homem amado. Por exemplo, num trem, um oficial era emissário do Rei George V. O Rei cruza seu caminho com disfarces os mais variados. Ela não responde às investidas do Rei porque ela não quer compromisso.

A fase da esperança se manifesta, no caso de Lea, por uma expectativa ardente, por uma felicidade que está prestes a se realizar. Essa espera é absolutamente sem fundamento na realidade. O Rei nunca chegava aos encontros marcados. Com as ausências e os desencontros com Sua Majestade, ela começa a se perguntar se não teria se enganado. O que a leva a segunda fase, a do despeito, que serve para explicar a atitude do Rei em não comparecer aos encontros: “O Rei pode ter ódio dela, mas ele não saberia esquecê-la, ele não seria indiferente a ela[24]”. Depois desta fase, vem a fase do rancor, quando o ódio aparece na forma de perseguições do Rei a ela. O Rei retira objetos dela no hotel. Ele quer empobrecê-la. E ela inclusive se pergunta se não está internada por ordem do Rei.

 

Ilustração de erotomania em uma mulher neurótica

Uma pequena observação sobre um caso, a guisa de ilustração do que foi escrito. Uma mulher de 30 anos, Maria, casada com o homem com quem ela sempre quis se casar. O marido era seu “ideal de homem”. Eles tiveram filhos. Ambos eram bem sucedidos profissionalmente. Viviam muito bem. Até que ela conheceu um outro homem no ambiente de trabalho, com quem começou a ter freqüentes e longas conversas. Ele falava com ela. O fato de ele falar com ela começou a fazê-la acreditar que ele a amava. Ele falava tanto com ela, que ela começou a crer que ele a amava. Isto foi o suficiente para fazê-la pensar cada vez mais nesse outro homem e começar a questionar seu relacionamento, até então, tão sólido.

 

Conclusão

No caso de Lea, o embaraço sexual, a inexistência da relação sexual, é real, como o é para qualquer sujeito. Mas, nesse caso de psicose feminina, a erotomania surge como um modo de localizar o gozo, depois que ele, aparentemente, se deslocalizou com a perda de seus dois parceiros. A erotomania de Lea serve como suplência para a falta de identificação sexual. Para ela, ser erotômana é igual a ser mulher, visto que ela não tem nenhuma outra forma de identificação, de ancoragem no laço com o outro, e, menos ainda, no laço social. Por exemplo: ela não teve filhos, não trabalha, não é artista, não tem nenhuma outra forma de suplência.

Poderíamos dizer que, segundo Lacan no Seminário 23, a erotomania de Lea vem consertar o nó em outro lugar em que se deu a falha[25]. Esta é uma das especificidades da erotomania na psicose: a falha é sexual, mas o conserto não se dá pela via da sexualidade, mas pela relação com o duplo, mesmo que este duplo esteja referido a um delírio erotomaníaco.

A erotomania na psicose, não é necessariamente platônica, mas como nos diz Clérambault: “as exigências sexuais são freqüentemente bem menos marcadas nos sujeitos erotômanos do que no homem são. Existe para isso uma razão profunda: é que o amor não é a fonte principal do delírio erotomaníaco; a fonte principal é o orgulho. O amor é apenas a fonte acessória. Orgulho sexual, certamente, mas orgulho principalmente[26]”.

Já no caso de Maria, a erotomania é sintoma de que algo do seu gozo precisa ainda ser nomeado para que ela possa ficar menos devastada na sua relação com um parceiro sexual. Não é qualquer parceiro que pode servir de quarto nó para uma mulher. E o quarto nó para uma mulher neurótica não é sem relação com “uma separação a mais [que ela precisa realizar] da posição de objeto suplementar ao gozo feminino da outra mulher, isto é, sua mãe[27]”.


Referências bibliográficas 

[2] BEAUCHESNE, H. História da psicopatologia, São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 28.

[2] ESQUIROL, J.-E. Des maladies mentales, vol. 2, Paris: J. B. Baillière, 1938, p. 32.

[3] POROT, A. Dicionário de Psiquiatria, vol. 1, Barcelona: Editorial Labor, 1977, p. 470.

[4] MOREL, A. B. Traité des maladies mentales, Paris: Editora???,1860.

[5] POROT, A. Op.cit.

[6] ID. Ibid.

[7] Forma como Clérambault chama a pessoa que é alvo do amor e que supostamente ama o erotômano (CLÉRAMBAULT, Op.cit).

[8] LEGUIL, F. Prefácio: “Clérambault, et les leçons de la passion”, in: L’Érotomanie, Paris: Les Empêcheurs de penser em rond, 2002, p. 22.

[9] LACAN, J. Da psicose paranóica em suas relações com a personalidade, Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987, p. 165.

[10] LACAN, J. “Formulações sobre a causalidade psíquica”, in: Escritos, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998, p.170.

[11] Cf. FREUD, S. “Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia” [1911], In: Obras Completas, v. XII, Rio de Janeiro: Imago, 1976.

[12] Freud, S. (1915) “Um caso de paranóia que contraria a teoria psicanalítica da doença”, in: Op. Cit., vol. XIV.

[13] Freud, S. (1907 [1906]) “Delírios e sonhos sobre a Gradiva, de Jensen”, in: Op. Cit., vol. IX.

[14] LACAN, J. O Seminário 20, Mais, ainda, [1972/73], Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985, p. 17.

[15] MILLER, J.-A. “A partilha sexual” [1997/98], in: CLIQUE nº 2, Revista dos Institutos Brasileiros de Psicanálise do Campo Freudiano. MG: Instituto de Saúde Mental de Minas Gerais, agosto, 2003, p. 12-29.

[16] COELHO DOS SANTOS, T. “O psicanalista é um sinthoma”, in: Latusa nº 11, Rio de Janeiro: EBP, 2006.

[17] Noção criada por Jacques-Alain Miller para redefinir o conceito de grande Outro, numa outra perspectiva, na qual o Outro não é somente o Outro da linguagem, mortificado pelo significante. Mas é também, e, principalmente, um “meio de gozo”.

[18] MILLER, J.-A. O osso de uma análise, Salvador: Biblioteca-Agente, 1998, p. 109.

[19] COELHO DOS SANTOS, 2006.

[20] No Seminário Le Sinthome, Lacan formula (re-formula?) sua proposição do Seminário Mais, ainda da seguinte forma: “Na medida em que há sinthoma, não há equivalência sexual, quer dizer, há relação” (LACAN, J. Le Séminaire, livre XXIII, Le sinthome, Paris: Éditions du Seuil, 2005, p.101).

[21] LACAN, 1985, p.100.

[22] COELHO DOS SANTOS, T. Op.cit.

[23] LACAN, 1972/73.

[24] CLÉRAMBAULT, G. G. “Le syndrome érotomaniaque”, in: L’érotomanie, Op.cit., p.49.

[25] LACAN, 2005, p. 98 e 99.

[26] CLÉRAMBAULT, Op.cit., p.62.

[27] COELHO DOS SANTOS, Op.cit.