Editorial

A cada número de aSEphallus costumo me surpreender, pois sempre encontro um fio que parece permitir uma conversa entre os artigos encaminhados por autores que não se conhecem e nem trabalham necessariamente juntos. É interessante perceber como se formam territórios de reflexão em teoria psicanalítica, clínica e política. Neste número a referência ao campo do gozo e seus dejetos me pareceu costurar os artigos casualmente reunidos nele. Alessandra Thomaz Rocha e Jésus Santiago trazem um artigo excelente acerca da “A heterologia em Georges Bataille: da despesa ao gozo”. Saiba mais ->

Artigos

A fina ação do pai

Jacqueline Danielle Pereira
João Luiz Leitão Paravidini
Anamaria Silva Neves

Resenha

Apostar na hipótese do inconsciente nos dias de hoje consiste em um desafio com especificidades que não são exatamente as mesmas da era vitoriana de Freud. Frente à crescente demanda por uma terapêutica que extirpe o mal-estar através de intervenções homogeneizantes e protocolares, a transmissão da psicanálise tem recebido certa resistência. Nesse sentido, o trabalho que sintetizamos neste conciso relato teve como objetivo geral introduzir um embasamento teórico-conceitual na teoria da clínica psicanalítica que preparasse para uma reflexão posterior sobre a incompatibilidade entre os discursos hegemônicos da pós-modernidade, que legitimam os saberes a partir da crença na autodeterminação, e o enfoque psicanalítico, que surge amparado na hipótese de Freud (1915/2010c) de que existem atos psíquicos que não são conscientizáveis, mas que produzem efeitos tão notáveis quanto aqueles que são.
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