Editorial

Este número de aSEPHallus, como acontece uma vez por ano, traz contribuições que emanaram do nosso último Simpósio. O tema da transparência e da obscenidade, que se manifesta no imaginário contemporâneo, nos foi inspirado pelo VII Encontro de Psicanálise de Orientação Lacaniana. Meu artigo neste número da revista é baseado na conferência de abertura ao V Simpósio do ISEPOL. Minha tese é a de que vivemos uma torção e não uma ruptura entre a modernidade e a hipermodernidade. A hipermodernidade é o desmentido de que o Nome-do-Pai seja o agente da lei simbólica. Diferentemente do que ensina Miller (2005) não me parece que vivemos na época do “Outro que não existe”. Saiba mais ->

Artigos

Resenha

O livro L ́OEIL absolu, escrito por Gérard Wajcman e lançado em 2010, propõe reflexões sobre a incidência que sofremos de um olhar que, como sugere o título da obra, seria absoluto. Tratar-se-ia de um olho que tudo vê, ou quem sabe, que pretende tudo ver por tudo olhar. O livro tem um estilo interessante, às vezes parecendo que os diferentes capítulos são impressões do autor, que ele anota como quem escreve um diário de observações da vida cotidiana. Por isso, muitas vezes, ao tentar acompanhar suas ideias, acabamos absortos em pensamentos sobre as consequências daquilo que ele propõe. É muito marcada no texto a importância dada pelo autor ao papel da ciência como o instrumento que direcionou o interesse humano de maneira tão intensa ao campo escópico. Seguindo a linha de Wajcman, a ciência e sua tendência a investigar para retirar tudo das sombras, teria motivado o desejo do homem de hoje de tornar tudo transparente, de ver tudo em seus mínimos detalhes.


Saiba mais ->