Laboratório de Ensino
IMAGO
Carolina Apolinario de Souza
Segundo Laplanche e Pontalis (1997), a imago seria o protótipo inconsciente de personagens que orienta a forma como o indivíduo apreende o outro, e "é elaborado a partir das primeiras relações inter-subjetivas reais e fantasmáticas com o meio familiar"(Laplanche e Pontalis, 1997:305).A noção de imago faz referência às "relações da criança com o seu meio familiar e social" (Laplanche e Pontalis, 1997:305)."Define-se muitas vezes a imago como 'representação inconsciente.'; mas deve ver-se nela, em vez de uma imagem, um esquema imaginário adquirido, através do qual o indivíduo visa o outro"(Laplanche e Pontalis, 1997: 305).Segundo Roudinesco (1998), em 1938, ao formular sua primeira teoria do imaginário, principalmente em Os Complexos familiares (1987), Lacan associou imago ao complexo e fez desse conjunto uma estrutura que permite compreender a instituição familiar.
Os complexos (grupos de conteúdos psíquicos separados do consciente e que têm um funcionamento autônomo no inconsciente) seriam então constituído pela imago, e nos permitiriam compreender a estrutura de uma instituição familiar, organizada por laços imaginários. O modelo de interpretação do desenvolvimento individual é formado por uma hierarquia em 3 patamares: o complexo de desmame, o complexo de intromissão e o complexo de Édipo.
Esta estrutura complexo-imago esboçou o que viria a ser a tópica do real, imaginário e simbólico.
Bibliografia:
LACAN, J - Os Complexos Familiares. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987
LAPLANCHE & PONTALIS.; Vocabulário de Psicanálise- 2a edição, 7a tiragem, São
Paulo: Editora Martins Fontes, 1997
ROUDINESCO, E PLON, M; Dicionário de Psicanálise, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998
|