O conteúdo desta página requer uma versão mais recente do Adobe Flash Player.

Obter Adobe Flash player

 

Laboratório de Ensino


ANGÚSTIA REALÍSTICA E ANGÚSTIA NEURÓTICA

Luiza Rubim 
 

Em sua Conferência XXV intitulada A Angústia Freud estabelece a diferença entre angústia realística e angústia neurótica. Posteriormente, no texto Inibições, Sintomas e Angústia, ele abre mão dessa distinção e fala em angústia automática e angústia como sinal.

Para entendermos melhor do que se trata nessa concepção refutada por seu próprio autor, consultamos a conferência XXXII, escrita em 1932. Nela, Freud expõe de forma sistematizada suas primeiras concepções sobre a angústia, explicando suas alterações. Sobre a angústia realística, explicita-se que o temido é algum dano esperado de fora: "A angústia realística refere-se a um estado de atenção sensorial e tensão motora aumentadas que pode ser descrito como estado de preparação para a angústia" (Freud, 1976, v. 22, p.104). Nesse momento, o perigo pulsional interno se revela fator determinante e preparatório para a situação de perigo externo, nomeado perigo real. Ao mesmo tempo, a angústia neurótica refere-se a um perigo pulsional interno que é percebido pelo eu e que muitas vezes não está distintamente identificado: "As fobias infantis e a expectativa ansiosa da neurose de angústia nos oferecem dois exemplos da maneira como se origina a angústia neurótica: transformação direta da libido" (Freud, 1976, v. 22, p.105).

Como indicamos acima, já em 1926, no texto Inibições, Sintomas e Angústia, Freud chega à conclusão de que não há razão para distinguir uma angústia realística de um angústia neurótica. Isto se deve ao fato dele acreditar que mesmo na angústia realística, é também um perigo pulsional interno o que dá origem à angústia. Expulso de forma projetiva para o mundo exterior, esse perigo apresenta-se como nocivo frente ao eu.

No mesmo texto, o autor propõe a uma nova distinção: a angústia automática e a angústia como sinal. No que se refere à angústia automática, o que a determina fundamentalmente é a ocorrência de uma situação traumática. Situação onde o eu, encontrando-se em estado de desamparo, está desprovido de meios para lidar com uma excitação, seja ela exógena ou endógena.

Por sua vez, a angústia sinal, é a resposta do eu à ameaça de ocorrência de uma situação traumática que é vista como perigosa. As situações de perigo se modificam ao longo da vida, mas estão sempre relacionadas a uma situação de desamparo, na medida em que envolvem a separação ou perda de um objeto amado (ver Freud, v.20, p.170-175).

FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Rio de Janeiro, Imago, 1976:

 

____ Conferência XXV - A Angústia (1917), vol. XVI
____ Inibições, Sintomas e Angústia (1926), vol.XX
____ Conferência XXXII - Angústia e Vida Pulsional (1933), vol.XXII

 

 

O conteúdo desta página requer uma versão mais recente do Adobe Flash Player.

Obter Adobe Flash player