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Práticas psicanalíticas de regulação em urgências subjetivas no hospital

 


Patrícia Matos Rodrigues
Psicanalista
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Brasil)
Membro Adjunto do ISEPOL - Instituto Sephora de Ensino e Pesquisa de Orientação Lacaniana (Rio de Janeiro, Brasil)
E-mail: patmattos@hotmail.com

Resumo

A urgência subjetiva é uma experiência de angústia extrema que impele o sujeito a passar ao ato em situações de grave crise existencial. O sofrimento psíquico emergencial eclode como puro ato e ao analista cabe resignificar esses momentos com a escuta, a palavra e o convite para a continuidade do tratamento. Este artigo consiste na apresentação de um caso clínico acompanhado pela analista em uma instituição psiquiátrica. Trata-se de um sujeito neurótico obsessivo grave que se identifica como alcoolista e que, após um ato que colocou em risco sua própria vida, pôde renomear seu sintoma, promovendo, assim, uma abertura do inconsciente. A intervenção de um analista na instituição psiquiátrica pode produzir efeitos de regulação do excesso pulsional, reinserindo o sujeito no campo da fala e lhe restituindo sua relação com o inconsciente.

Palavras-chave: psicanálise, sintoma, gozo, urgência subjetiva

 

O presente artigo visa apresentar a urgência subjetiva no trabalho da instituição psiquiátrica a partir da análise de um caso clínico e também busca desenvolver os questionamentos acerca do lugar do psicanalista nesse contexto da saúde mental.

De forma geral, vivemos em tempos de urgência e ela se apresenta, no universo psiquiátrico, cada vez mais sob a roupagem de diagnósticos como o pânico, as compulsões e as adições. Na clínica psiquiátrica, a urgência é uma experiência de angústia extrema que impele o sujeito a passar ao ato em situações de grave crise existencial. Nestas passagens, há uma supressão das palavras e o sujeito age, muitas vezes colocando em risco a sua própria vida e a de outras pessoas. Estas experiências fazem parte, em especial, do cotidiano da psiquiatria no qual há casos graves de sofrimento psíquico, descritos em quadros de desestabilização de psicoses e excessos pulsionais nas crises neuróticas.

No momento das manifestações da urgência há um encontro com algo insuportável para o sujeito que frequentemente se apresenta através de um ímpeto de violência. Essa irrupção tem efeitos não só no sujeito que atua, mas também em todos que mantém com ele um laço e na própria instituição que o trata ou o acolhe. Quando, então, essas urgências e emergências psiquiátricas triviais podem ser nomeadas de urgências subjetivas? Qual é o lugar do psicanalista diante das urgências subjetivas na instituição psiquiátrica?

Objetivamos, a partir dessas questões, situar e ressaltar ainda que há uma distância entre a queixa inicialmente apresentada pelo sujeito (ou por seus familiares ou técnicos e médicos da saúde mental) e o surgimento de uma questão singular analítica. Entendemos que o sofrimento psíquico emergencial eclode como puro ato e ao analista cabe resignificar esses momentos com a escuta, a palavra e o convite para a continuidade do tratamento, instituindo, assim, a subjetividade.   

Em “O tempo lógico e a asserção da certeza antecipada” (1945, p.197), Lacan esclarece que o tratamento do sujeito através do discurso analítico ocorre através de um tempo, que não é cronológico, mas sim lógico. Ou seja, Lacan entende que o tempo tem três importantes dimensões: o instante do olhar, o tempo para compreender e o momento de concluir. Sendo assim, “nos termos de Lacan, poderíamos dizer que a urgência é uma das manifestações da anulação do tempo de compreender” (Barros, 2008, p. 50). Em outras palavras, o surgimento do ato ocorre quando há um dano decorrente da ruptura entre o instante de ver e o tempo de compreender.

Desse modo, diante desse rompimento, a instituição psiquiátrica pode apresentar dispositivos de práticas psicanalíticas para que o sujeito seja acolhido em seu sofrimento psíquico. O psicanalista nesta instituição precisa apostar na dimensão subjetiva do ato aparentemente selvagem, ou seja, se interessar pelo que este ato tem de gozo ou de apelo ao Outro. Assim, cabe ao analista interpretar o ato de seu paciente buscando, então, a compreensão singular da ação.

Para melhor ilustrar esse manejo e o papel do analista frente às práticas psicanalíticas de regulação em urgências subjetivas no hospital, nosso trabalho consiste ainda na apresentação de um fragmento de caso clínico acompanhado pela analista em uma clínica de tratamento psiquiátrico. Trata-se de um sujeito neurótico obsessivo grave que se identifica como alcoolista e que, após um ato que colocou em risco sua própria vida, a da mulher e do filho, pôde renomear seu sintoma, promovendo, assim, uma abertura do inconsciente.
Passamos, a seguir, para a apresentação do caso clínico.

 “Meu ponto fraco é a bebida... Não deveria ser uma mulher?”


X. é um paciente de 50 anos que se nomeia alcoolista, é participante do grupo de mútua ajuda Alcoólicos Anônimos e se trata na psiquiatria há dezessete anos. Outro dado relevante é que este homem foi aposentado por invalidez devido ao quadro de alcoolismo. Atualmente, ele participa das atividades do hospital dia da clínica psiquiátrica e relata vários momentos de recaída durante esses anos de tratamento. Um desses momentos de recaída é o que será recortado neste artigo porque já contava com a presença da analista como profissional de referência do caso na instituição.

X. se embebeda em uma noite e a esposa procura a clínica, através do médico psiquiatra, para dizer de seu ato. Depois, à analista, aos berros no telefone, ela diz que “ele não tem jeito, que não dá para acreditar mais nele”, porém quer que ele fique em casa aquela noite e diz que se apresentariam para as consultas no dia seguinte.

A analista, ao chegar à instituição no dia seguinte, ouve o seguinte relato da equipe de enfermagem: o paciente chegou com a esposa para a consulta médica, mas já se apresentava alcoolizado, a esposa em pânico dizia que ele havia bebido no momento em que o deixou sozinho para fazer compras e que, após isso, ele veio para a clínica com ela e o filho e dirigindo perigosamente. Em consulta médica, a esposa e ele concordam com a internação dele naquele momento como um cuidado emergencial. Ela se vai com o filho e ele fica na clínica. No entanto, ele pede para a enfermeira a chave de seu carro, alegando precisar de um documento que lá estava. Esta, em sua primeira semana de trabalho na clínica, inadvertidamente, lhe passa a chave do carro e ele, que em outras circunstâncias, entra e sai livremente da clínica, pega seu carro, passa pelo portão e sai.

A cena está montada, com o personagem principal que não atende as ligações da equipe e da família, deixando todos apreensivos com o desfecho desse ato. Finalmente, à meia noite, tal qual os grandes boêmios, ele reaparece em casa, liga para a clínica e pede que um profissional o busque para efetivar a sua internação. Outro psicanalista da clínica, juntamente com um técnico de enfermagem, se dispõe a buscá-lo em casa e ele passa alguns dias na instituição. Nesse momento, os atendimentos podem ser retomados, propiciando a interpretação de seu ato e uma abertura do inconsciente que objetiva a regulação do gozo pulsional excessivo.

X. inicia a fala, após o episódio, dizendo que desde adolescente se sente um “fraco” e passa a falar de sua “fragilidade” como justificativa para seus “porres”. Tenta justificar que bebe porque não consegue dizer “não” às pessoas e se impor de forma viril. A analista, então, pôde situar para ele: “o seu ponto fraco é a bebida”. Ele passa a falar do desânimo com o casamento e da relação insatisfatória com a esposa. Ao final, confessa que dirá a ela que tudo o que ela faz vai levá-lo a não ter outra opção a não ser se separar dela. A analista então novamente interpreta: “Se separar dela por quê? Você quer se casar de vez com o álcool?”.

Essa última intervenção faz um reviramento no discurso do paciente e este fica visivelmente constrangido com a pergunta. Passa a dizer sobre seu fracasso também no primeiro casamento, sobre sua dificuldade em se responsabilizar por suas escolhas, assim como de se apresentar de forma viril desde a adolescência e coloca a “bebida” como uma verdadeira “amante” em sua história com as mulheres. 

Certamente, esse foi somente o primeiro passo para o início da entrada de uma questão analítica para o paciente: “meu ponto fraco é a bebida... não deveria ser uma mulher?”.

O lugar do psicanalista diante das urgências subjetivas na instituição psiquiátrica

A partir das articulações iniciais e da apresentação do fragmento do caso clínico, podemos analisar como a intervenção de um analista na instituição psiquiátrica pode produzir efeitos de regulação do excesso pulsional, reinserindo o sujeito no campo da fala e restituindo sua relação com o inconsciente.

No caso de X., a analista trabalhou para deslocar o discurso do paciente frente ao seu gozo na relação com o álcool. X.  tenta convencer a analista de que seu problema é a mulher, com falas tais como: “se eu te colocar no bolso e você passar um dia comigo lá em casa, você vai dizer: X., vai beber!”.  A condução clínica, nesse caso, passa a focar na regulação desse gozo pulsional e visa retornar ao paciente suas responsabilidades frente a seu modo de gozo.

Freud, em “Recordar, repetir e rememorar”, apresenta os atos que parecem resistir à interpretação e ele os nomeia de acting out. Segundo ele, “[...] o paciente não recorda coisa alguma do que esqueceu e [recalcou], mas expressa-o pela atuação ou atua-o (acts it out). Ele o reproduz não como lembrança, mas como ação; repete-o, sem, naturalmente, saber o que está repetindo” (Freud, 1914, p. 196). O autor teoriza ainda que quanto maior é a resistência ao tratamento mais extensa é a atuação do paciente. Ele elabora também que devemos nos perguntar sobre o que o paciente repete em suas atuações. E ele esclarece que repete-se, além de suas inibições, das atitudes inúteis e de traços patológicos de caráter, os seus sintomas.

Sobre a posição do analista diante dessas dificuldades, Freud, durante esse artigo sobre a técnica da psicanálise, nos indica alguns pontos interessantes de condução do trabalho. Primeiramente, ele apresenta a ideia de que o paciente se defende contra o progresso do tratamento com um arsenal de armas, sendo que cabe ao analista arrancar cada uma delas (Freud, 1914, p. 198). Aponta ainda a importância do manejo da transferência na elaboração das resistências por parte do paciente. “Esta elaboração das resistências pode, na prática, revelar-se uma tarefa árdua para o sujeito em análise e uma prova de paciência para o analista. Todavia, trata-se da parte do trabalho que efetua as maiores mudanças no paciente e que distingue o tratamento analítico de qualquer tipo de tratamento por sugestão” (1914, p. 202-203).

Com Freud, entendemos que o sintoma pretende ser uma resposta frente à angústia. No caso de X., de forma temporária, essa angústia se apresentou como não velada por um sintoma e a saída para a angústia ocorre através desse ato de evasão. Ainda que o paciente tenha colocado em risco sua própria vida e se aproximado de uma saída definitiva (como em uma passagem ao ato), este ato foi tomado como uma demanda de ajuda velada e endereçada à analista.
 
O paciente X., apresentado no fragmento clínico, realiza um acting out que pôde ser posteriormente acolhido pela analista. Esse ato indicou que algo escapou à possibilidade de associação e interpretação. O que restou como resposta do sujeito foi a fuga e a evasão frente a não cifração do sintoma. “A atuação precipita o sujeito fora da ‘cena analítica’ lá onde não se trata de saber e sim de viver” (Coelho dos Santos, 2001, p.4).

Lacan retoma a noção freudiana de acting out e traz uma dimensão importante para articular as questões apresentadas nesse trabalho sobre o lugar do analista frente à exigência pulsional ou ao gozo irredutível ao desejo. A posição do analista diante desses pontos é o que poderá reorientar casos, como este apresentado acima, e pensar a regulação em urgências subjetivas. Em um primeiro momento da clínica lacaniana, há uma primazia do simbólico e, assim, o acting out apresenta essa relação na qual o sujeito demite o analista de sua função simbólica.

Atos situados fora da cadeia associativa e significante perdem o caráter metafórico e demandam uma reorientação para que se instalem novamente no processo analítico e convoquem o analista a retomar a dimensão do sintoma para o sujeito. Além disso, Lacan apresenta a relação entre a angústia e o acting out.

De acordo com ele, o acting out tem um caráter de evitação da angústia. Ele ressalta que a angústia é um modo de comunicação absoluto entre o sujeito e o Outro, sendo que o acting out pode revelar aquilo que o sujeito não consegue expressar em palavras (Lacan, 1962-63, p. 130).  No caso de X., analisamos que houve por parte do paciente uma demanda que funcionou como uma convocação à analista. Segundo Lacan, esses atos têm o caráter de um apelo ao Outro e clamam pela interpretação (2005, p.140).

 

“Podemos comparar a estrutura do acting-out com a do sintoma extraindo a seguinte articulação. Embora ambos tenham estrutura de ficção, num o sujeito está representado metaforicamente e no outro o sujeito confunde-se com um objeto metonímico. O sintoma é metáfora. O acting-out não tem estrutura de metáfora, a verdade aí está desligada da substituição significante. Podemos dizer assim, é um objeto à deriva, uma verdade sem amarração. O acting-out tem relação com que da verdade é não-todo. E o que pode ser não todo verdade senão o gozo?” (Coelho dos Santos, 2001, p. 8).

Propomos ainda que é importante situar, com Lacan, em seu Seminário 10: a angústia, que ocorre, nesses casos, uma relação de transferência selvagem:

 

“Resulta daí que uma das questões formuladas acerca da organização da transferência – refiro com isso a sua Handlung, seu manejo – é saber como se pode domesticar a transferência selvagem, como fazer o elefante selvagem entrar no cercado, como pôr o cavalo na roda para fazê-lo girar no carrossel” (Lacan, 1962-63, p. 140).

Ele esclarece que esse questionamento nos resitua para agir frente a um ato fora da interpretação. O autor também nos apresenta a dimensão da responsabilidade do analista no que tange ao seu lugar frente aos atos. “Afinal, ele tem a responsabilidade que cabe ao lugar que concordou em ocupar” (Lacan, 1962-63, p. 142). Portanto, esses atos dirigem-se “[...] ao Outro, e, quando se está em análise, dirige-se ao analista. Se ele ocupou esse lugar, pior para ele” (Lacan, 1962-63, p. 142).

Por fim, Lacan reforça essa dimensão de “se mostrar” que caracteriza o acting out, pois, para o autor, “[...] o sujeito sabe muito bem o que faz no acting out: este é para se oferecer à interpretação de vocês. Mas aí é que está: não é o sentido do que vocês interpretam, seja ele qual for, que importa, e sim o resto” (1962-63, p. 141). Em outro momento, Lacan igualmente formulou que a natureza do acting out é visível.

 

“O acting out é, em essência, a mostração, a mostragem, velada, sem dúvida, mas não velada em si. Ela só é velada para nós, como sujeito do acting out, na medida em que isso fala, na medida em que poderia ser verdade. Ao contrário, ela é, antes, visível ao máximo, e é justamente por isso que, num certo registro, é invisível, mostrando sua causa. O essencial do que é mostrado é esse resto, é sua queda, é o que sobra nessa história” (Lacan, 2005, 139).

Coelho dos Santos (2001) define também que

 

“[...] o acting out é uma saída à maneira de um contorno. Trata-se de uma dejeção do campo da fala, pois ‘o objeto’ se mostra. A ênfase é demonstrativa, orientada para o Outro e, portanto, não requer interpretação. O acting out é já, em si mesmo, uma interpretação do desejo” (Coelho dos Santos, 2001, p. 1).

Assim, para concluir nosso trabalho a respeito da urgência subjetiva na clínica psiquiátrica, podemos afirmar que no fragmento do caso apresentado, o acting out foi acolhido como um ato que foi endereçado à analista e que pôde posteriormente ser trabalhado junto ao paciente para se chegar até a relação com o gozo singular do sujeito através de uma questão verdadeiramente analítica.

No encontro do sujeito com algo insuportável de ser colocado em palavras, coube à analista retomar o convite para a fala e apostar no endereçamento desse ato como forma de se alcançar o tempo de compreender e propiciar o desenrolar do tratamento psicanalítico.

Nota

 
  1. Este trabalho está integrado à pesquisa de doutorado desenvolvida junto ao Programa de pós-graduação em teoria psicanalítica da UFRJ, sob orientação da profa. Dra. Tania Coelho dos Santos, com incentivo da CAPES.



Referências bibliográficas

BARROS, Romildo do Rêgo (2008). A urgência subjetiva, in Urgência sem emergência? Rio de Janeiro: Subversos, p. 49 – 69.
COELHO DOS SANTOS, Tania (2001). Acting out: o objeto causa do desejo na sessão analítica, in Opção Lacaniana, São Paulo: Eólia, v. 30, p. 42-49.
FREUD, Sigmund (1914). Recordar, repetir e elaborar, in Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de S. Freud. 1. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1969, p. 190 – 203.
LACAN, Jacques. (1962-63) Passagem ao ato e acting out, in O Seminário, livro 10: a angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005, p. 128 – 145.
LACAN, J. (1945) O tempo lógico e a asserção de certeza antecipada. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998, p. 197 – 213.


Resumos

Psychoanalytic regulation procedures for subjective emergencies during inpatient care

The subjective urgency is an experience of extreme anxiety that drives the subject to pass to the act in situations of severe existential crisis. The psychological distress of the emergency breaks out as pure act, and it is up to the analyst reframe these moments by listening to the word and the inviting the subject to continue the treatment. This article is the presentation of a clinical case by the analyst in a psychiatric institution. This is a serious obsessive neurotic subject who identifies himself as an alcoholic and that after an act that endangered his own life, could rename his symptom, thus promoting an opening of the unconscious. The intervention of an analyst in the psychiatric institution can produce the effect of regulating the excessive drive, reinserting the subject in the field of speech and you restoring its relationship with the unconscious.

Keywords: psychoanalysis, symptom, enjoyment, subjective urgency.

Pratiques psychanalytiques de regulation dans les urgences subjectives à l’hopital

L'urgence subjective est une expérience d'anxiété extrême qui conduit le sujet à passer à l'acte dans des situations de grave crise existentielle. La détresse psychologique de l’urgence éclate comme acte pur, et il appartient à l’ analyste de recadrer ces moments en écoutant la parole et en invitant le patient à continuer le traitement. Cet article est la présentation d'un cas clinique par l'analyste dans une institution psychiatrique. C'est un sujet grave névrosé obsessionnel qui s'identifie comme un alcoolique et que, après un acte mettant en danger sa propre vie, a pu renommer son symptôme, favorisant ainsi une ouverture de l'inconscient. L'intervention d'un analyste dans l'institution psychiatrique peut produire l’ effets de réguler l'excès de pulsion de réinsérer le sujet dans le champ de la parole et de lui restaurer sa relation avec l'inconscient.

Mots-clés: psychanalyse, symptôme, la jouissance, l'urgence subjective.

 

Citacão/Citation: RODRIGUES, P.M. Práticas psicanalíticas de regulação em urgências subjetivas no hospital. Revista aSEPHallus, Rio de Janeiro, vol. VII, n. 14, mai. a out. 2012. Disponível em www.isepol.com/asephallus

Editor do artigo: Tania Coelho dos Santos.

Recebido/Received: 21/03/2012 / 03/21/2012.

Aceito/Accepted: 18/04/2012 / 04/18/2012.

Copyright: © 2012 Associação Núcleo Sephora de Pesquisa sobre o moderno e o contemporâneo. Este é um artigo de livre acesso, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o autor e a fonte sejam citados/This is an open-access article, which permites unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the author and source are credited.